Leonardo Ferreira
Mesmo de lados opostos ideologicamente, os vereadores Leonardo Dias (PL) e Teca Nelma (PT) voltaram a cobrar a realocação para os moradores dos Flexais, após mais uma notícia trágica na região: a morte de Dona Pureza, que, em depressão pelo isolamento, ingeriu veneno no último dia de outubro.
Durante sessão na Câmara Municipal, Dias e Nelma discursaram sobre o tema diante do falecimento da idosa de 63 anos. Eles voltaram a pressionar as autoridades e a Braskem para que providenciem a devida realocação e indenização dos residentes daquela área, também afetada pela mineração.
“Se essa solução tivesse sido acatada lá atrás, talvez ela [Dona Pureza] hoje não tivesse feito o que fez e pudesse viver em outro local e ter direito a viver”, argumentou Leonardo Dias. Atualmente, a Braskem está fazendo a revitalização da região, o que não seria suficiente para a problemática.
“O apelo que eu faço é para que os Flexais sejam realocados, que essas pessoas sejam socorridas, e que as inclua na agenda de realocação, indenização, e que o dinheiro recebido pela Prefeitura da Braskem seja usado antes que mais vidas sejam perdidas”, disse, na sua vez, Teca.
Os edis, no entanto, divergiram sobre responsabilidades públicas na tragédia, com o representante do PL citando o grupo do Governo do Estado, enquanto Teca, o prefeito JHC (PL), em relação ao recurso de R$ 1,7 bilhão recebido como reparação ao Município e que deveria ser melhor utilizado.
Pesquisadores
Nesta quarta-feira (6), um grupo de pesquisadores independentes divulgou uma nota técnica em que reforça a necessidade de realocação para os Flexais, citando isolamento da região, impacto psicológico nas comunidades, condições insalubres e falta de infraestrutura.
“O Projeto Flexais é percebido pela maioria da população local como uma violência, uma vez que negligência suas reais necessidades e direitos e entre outras coisas mantém um sistema de videomonitoramento que observa movimentos de insurgência comunitária para debelá-los”, diz trecho.