Vinte minutos separaram o afogamento de uma criança de três anos e a chegada dela ao Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. A informação é da empreendedora Paula Laryssa Leal, de 31 anos, que vive o susto de ver o seu filho asfixiado após engolir muita água da piscina de um hotel, localizado no bairro de Ipioca, no sábado (9).
As manobras imediatas de reanimação cardiopulmonar e o profissionalismo do Programa Salva Mais, iniciativa criada pelo Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), salvaram a vida da criança.
“Fomos acionados para uma ocorrência em Ipioca e conseguimos chegar lá em dez minutos graças a agilidade do nosso helicóptero, que tem uma tecnologia de ponta. Encontramos a criança em “Gasping”, que são movimentos respiratórios assincrônicos não efetivos, um dos sintomas presentes em quadros de asfixia. Uma médica já estava no local e isso foi crucial, pois ela realizou os primeiros cuidados com eficiência”, relatou o médico Adriano Luna, que atua no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Ao assumirem a situação, a criança foi rapidamente entubada e estabilizada. Isso viabilizou a volta da equipe para o helicóptero e o voo direto para a maior unidade de urgência e emergência de Alagoas. O menor foi transferido para uma equipe terrestre, Unidade de Suporte Avançado nº 4 (USA 4).
“Nesse momento, eu estava tentando compreender tudo o que estava acontecendo. Chegamos em Maceió na terça-feira (5) e estávamos vivendo dias de muita alegria. Eu já conhecia Alagoas, é a terceira vez que volto, a primeira com esse meu filho. Estávamos com muita expectativa pela viagem e todos nós satisfeitos com os momentos maravilhosos que estávamos vivendo. Até que de repente o sonho virou esse pesadelo”, disse a mãe, que é casada e reside com seus cinco filhos em Brasília (DF).
O afogamento
Já eram quatro dias de diversão para a família de Paula. No último sábado (9), a programação parecia que iria continuar cheia de alegria, até que em uma fração de minutos tudo mudou.
“Como deixei dois com os recreadores, uma no colo de minha prima, que também podia supervisioná-lo na piscina, eu decidi ir ao meu quarto para tomar um banho e arrumar algumas coisas. Só foi eu chegar que de repente o telefone tocou. A recepcionista pediu para o meu marido voltar e eu fui olhar a varanda. Nisso eu vi um movimento estranho na piscina e pessoas correndo. Nessa hora, um sinal de alerta surgiu em mim”, recordou a turista brasiliense.
Com a chamada, o casal saiu às pressas e confirmou a suspeita do que tanto temia: um de seus filhos sofreu um afogamento. Muito nervosa, ela conta que não conseguiu chegar perto e precisou ser amparada por outros hóspedes e funcionários do hotel. Enquanto isso, dois salva-vidas, dois médicos, um bombeiro e uma enfermeira ajudavam realizando manobras para reanimação cardiopulmonar.
“Disseram que ele passou cerca de dois minutos submerso. Não sabíamos o que fazer, mas encontrei pessoas que sabiam o que estavam fazendo. Elas também acionaram o resgate, que mandou um helicóptero. Foi tudo muito rápido, os monitores do hotel nos ajudaram com os outros filhos e entramos em um carro para vir ao hospital, onde ele está recebendo um atendimento de excelência”, explicou Paula Laryssa.
A criança foi admitida pela Área Vermelha Clínica, onde recebeu o atendimento multidisciplinar e foi submetida a exames, como tomografia computadorizada. Após medicada e estabilizada, os plantonistas transferiram a criança para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica, onde permanece entubada e sedada. O quadro de saúde é estável e o prognóstico é que nos próximos dias a situação clínica melhore.
“Eu estou em um hospital público, estou sendo atendida pelo SUS [Sistema Único de Saúde] e é um hospital de excelência. Eu comentei com algumas pessoas que eu fiquei em dúvida se eu deixava o meu filho aqui, ou se eu fazia a remoção dele para um hospital particular. Mas eu já tive a confirmação que é aqui onde ele deve ficar, pelo atendimento que estamos recebendo, pelo acolhimento, explicam as coisas com paciência, nos dando retorno de exames que me concedem segurança e conforto nesse momento de muita tensão”, afirmou a brasiliense.
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