Vinícius Calheiros*
O ex-policial militar e influenciador digital Kel Ferreti é, mais uma vez, alvo do Ministério Público de Alagoas (MPAL). Desta vez, ele é acusado de crime de estupro ocorrido em junho deste ano. A Polícia Civil de Alagoas (PC-AL) também o indiciou pelos crimes de lesão corporal e estupro.
A vítima, uma enfermeira de 28 anos, era conhecida do grupo de apostas do Jogo do Tigrinho, promovido por Ferreti. Segundo ela, o grupo servia para pagar as pessoas que participam do canal, no qual servia de cadastro para os jogos mediante ao link oferecido por ele.
Conforme a denúncia, o crime ocorreu no dia 16 de junho, durante a noite, em uma pousada no bairro da Cruz das Almas. Foi declarada a relação sexual forçada mediante violência, além de fotos, comprovante de transporte, registros de conversas, laudo de exame de corpo delito, atestado médico e psiquiátrico.
“A vítima, por precisar de apoio financeiro, prosseguia nas conversas, e solicitava ao denunciado doação e empréstimos de pequenos valores, como R$ 100,00 (cem reais), ao que o denunciado comumente atendia aos pedidos. Ressalta-se que o denunciado chegou a perguntá-la quanto esta cobrava para ficar com ele, ao que a vítima informou que não era garota de programa, e também chegou a afirmar que tinha gostado dela (vítima), porém que achava ela “muito doida”, diz o relatório do MPAL.
Em troca de mensagens privadas, Kel disse que a enfermeira precisava dar algo mais em troca, caso ela quisesse mais dinheiro, como a divulgação de fotos e vídeos íntimos. Ele disse ainda que gostava de dar socos e tapas durante o ato sexual, mas que sua esposa não.
“Ao ser ouvida em sede policial, a vítima esclareceu que as conversas tinham nítido cunho sexual, e que as palavras utilizadas visavam agradar o autor, mas que em momento algum imaginava que pudesse passar por tamanha violência por parte do denunciado quando se encontrassem.” afirma a denúncia.
Ao chegar no local indicado, a mulher tentou estabelecer uma relação de proximidade, mas que tinha sido impedida de se identificar na recepção, sendo orientada apenas a informar o número do quarto. Ao entrar, ela disse que foi ignorada por Kel Ferreti e que ele rapidamente iniciou com o ato sexual.
“De forma agressiva, o denunciado passou, então, a beijar a boca da vítima mordendo-a, e chegando a penetrar o pênis em sua vagina sem que a referida estivesse lubrificada, tendo a machucado”, diz.
Consta ainda no relatório que durante a relação sexual, o influenciador, que estava sentado na cama com a vítima “montada” em suas pernas, chegou a dar socos nas costelas e no quadril, além de ter desferido tapas fortes em seu rosto. A sequência de golpes deixou o rosto da enfermeira inchado.
Após o ato, a vítima registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia virtual e procurou o Hospital da Mulher. Atualmente, Kel Ferreti está preso por ser considerado líder de organização criminosa. O caso de estupro segue sendo investigado.
Em depoimento, Kel Ferreti alegou que só falaria na Justiça, porém a defesa disse em nota que seu cliente “não cometeu o crime que lhe foi imputado”. A advogada Graciele Queiroz destaca que “não há qualquer fundamento para as acusações de abuso sexual contra Kel Ferreti e assegura que todas as medidas legais estão sendo tomadas para provar sua inocência e restaurar a verdade”.
*sob supervisão