Redação*
Durante o depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (10), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou de “malucos” os apoiadores que montaram acampamentos golpistas em frente a unidades militares após as eleições de 2022 e que pediam intervenção das Forças Armadas para impedir a posse de Lula (PT) na Presidência da República.
Bolsonaro negou ter liderado uma trama para dar um golpe de Estado em 2022. O ex-presidente informou também que desmobilizou os caminhoneiros que desejavam uma ruptura democrática.
No entanto, após a derrota para Lula, segundo o relatório da Procuradoria Geral da República (PGR), Bolsonaro incentivou a criação e a manutenção dos acampamentos golpistas que se alastraram pelo país e de onde saíram os manifestantes dos ataques do 8 de Janeiro.
“Por favor, doutor Paulo Gonet, eu não torci para o pior. Se eu tivesse torcido para o pior, não teria desmobilizado os caminhoneiros lá atrás e, talvez pela minha figura, o pessoal não fez absurdo”, afirmou Bolsonaro, em resposta ao procurador-Geral da República, Paulo Gonet. Ele também citou o Ato Institucional nº 5, que cassou uma série de direitos durante a ditadura militar.
“Agora, tem sempre uns malucos ali que ficam com aquela ideia, de AI-5, intervenção militar, que as Forças Armadas, os chefes militares jamais iam embarcar nessa, porque o pessoal estava pedindo ali, até porque não cabia isso aí e nós tocamos o barco”, disse Bolsonaro. “Então, me desculpa, respeitosamente, vossa excelência, nós não estimulamos nada de anormal.”
/com Folha de São Paulo