A inovação é baseada no modelo ATSC 3.0, já adotado em outros países, e abre espaço para funcionalidades até então restritas ao ambiente digital, como enquetes em tempo real, escolha de câmeras em partidas de futebol ou reality shows e até compras pela tela. Além disso, o sistema traz avanços em acessibilidade e permitirá maior personalização de conteúdo.
Segundo o Ministério das Comunicações, a implantação será gradual, iniciando pelas capitais, e deve estar concluída até a Copa do Mundo de 2026. Durante a transição, o público precisará de um conversor para acessar o novo sinal, mas, em breve, televisores já sairão de fábrica preparados para a tecnologia.
Especialistas apontam que o impacto será significativo. O professor Romes de Araújo, pesquisador em cibernética e inteligência artificial, destaca que a TV 3.0 unirá a gratuidade da TV aberta ao modelo de consumo da internet, criando novas oportunidades, inclusive para o mercado publicitário com anúncios personalizados.
Os dados reforçam o potencial do novo padrão: levantamento do IBGE em 2024 mostrou que 53,5% dos usuários de internet no Brasil já acessam conteúdos pela televisão, número que supera o uso do computador e fica atrás apenas dos celulares.
Para o ministro das Comunicações, Siqueira Filho, a tecnologia não representa o fim do modelo atual, mas uma evolução. “Será uma televisão conectada à internet. As duas tecnologias vão operar em paralelo. Não vai existir descontinuidade do serviço”, afirmou.
Por Terra*