O deputado federal escolhido para ser o relator da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB), Sergio Zveiter (PMDB-RJ), 61 anos, votou a favor do impeachment de Dilma Roussef (PT) e fez campanha, como presidente da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil), pela destituição de outro presidente, Fernando Collor de Mello.
Vindo de uma família de advogados, ele é irmão de Luiz Zveiter, ex-presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, e filho de Waldemar Zveiter, ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça de 1989 a 2001.
Como o seu irmão, Sergio Zveiter também presidiu o STJD, tribunal destinado a resolver conflitos esportivos, entre 1998 e 1999, e foi, aos 35 anos, o mais novo advogado a assumir a presidência da OAB-RJ, em 1991 – no segundo ano do seu mandato, fundou a Escola Superior de Advocacia (ESA), ligada à instituição, que existe até hoje.
A experiência jurídica atende a um dos requisitos fixados pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que havia dito que escolheria um relator que tivesse capacidade técnica para avaliar a denúncia contra Temer, feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Garotinho, Cabral e Paes
Na política, Zveiter foi secretário nos governos de Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho e Sérgio Cabral – este último do mesmo PMDB, está preso desde novembro de 2016 pela Operação Lava Jato e é réu em 12 processos. Também foi secretário do prefeito Eduardo Paes, outro peemedebista.
Na Câmara, está no seu segundo mandato – foi eleito pela primeira vez em 2011 pelo PDT. Depois, passou pelo PSD e se filiou ao PMDB no ano passado. Tentou duas vezes, sem sucesso, a Prefeitura de Niterói.
O seu parecer será votado pelos 66 deputados que integram a CCJ e poderá recomendar o arquivamento ou a abertura de processo contra Temer. Independente de seu parecer ser aprovado ou não, a questão será decidida pelo plenário, onde o presidente precisará de 2/3 dos votos (342 deputados) para enterrar a denúncia.
Fonte: Veja