Da Redação
Dos 22 vereadores que participaram da última sessão de 2021, a qual ficou marcada pela aprovação de um pacote de benefícios para os próprios membros da casa, apenas Leonardo Dias (PSD) votou contra.
O pacote aprovado pelos vereadores inclui 13º salário, aumento de R$ 6 mil na verba de gabinete, criação de mais 25 cargos para a Mesa Diretora e reajuste da Verba Indenizatória de Atividade Parlamentar (VIAP) de R$ 10.500 para R$ 15 mil.
Até nomes como Fábio Costa (PSB) e Dr. Valmir (PT), que costumam pregar pela nova política, sendo os dois de lados políticos antagônicos, não votaram contra as medidas. Não estiveram presentes na sessão extraordinária: Teca Nelma, Siderlane Mendonça e Samyr Malta.
As medidas conseguiram ser aprovadas em razão do aumento no orçamento do município para 2022, para R$ 3,1 bilhões, que serve como base para o duodécimo, de até 4,5% no caso de Maceió, levando em conta o tamanho populacional. O montante destinado à Câmara será de R$ 84 milhões.
Para entender melhor a conjuntura, a Folha/Mix entrevistou o único a votar contra. Segundo Leonardo Dias, as medidas estão dentro dos limites constitucionais, mas são desnecessárias. Ele admite, porém, que votou a favor do 13º salário, por achar que todo trabalhador merece a remuneração.
“O resto eu votei contra tudo. A VIAP hoje é de R$ 10.500 e o mês que eu mais gastei foi R$ 6 mil, economizando 68% das verbas na média anual. Então, como eu poderia concordar com o aumento se não há necessidade? É questão de coerência”, disse Dias.
Ele citou também o direito a gasolina, que todo gabinete tem à disposição 1.300 litros mensais. “Acho que é muito de postura pessoal e ter compromisso com o dinheiro público da mesma forma como se o dinheiro fosse seu, porque é do povo”, acrescentou.
Ao ser questionado sobre a gravidade desse pacote, o parlamentar concordou que a população está saturada de pagar por privilégios e as medidas podem ser consideradas imorais. Disse que não vai usar a maior parte das verbas como já vem fazendo, mas vai respeitar a decisão ampla dos colegas.