Da Redação
Membros do Ministério Público reforçaram a necessidade de que policiais militares em Alagoas passem a fazer o uso de câmeras corporais em serviço para gravar as ações e abordagens.
A defesa da medida ocorreu em reunião nesta segunda-feira (24) do órgão ministerial com a Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos e com o comando da Polícia Militar.
Na madrugada do domingo (23), uma ação truculenta de policiais foi registrada e publicada nas redes sociais por populares numa festa no bairro do Jacintinho, com direito a tiro de bala de borracha na perna de um cidadão que estava parado. A Corregedoria da PM abriu procedimento para apurar a ocorrência.
Promotor de Justiça, Magno Alexandre Moura afirmou em entrevista à TV Gazeta que o órgão está preocupado com o crescimento de denúncias de abordagens policiais com uso excessivo da força. Por isso, é preciso tomar providências para as devidas apurações e diminuir a quantidade de casos.
“Ficamos muito preocupados com a forma da abordagem por parte da Polícia, com uso excessivo da força, com isso, atingindo até pessoas muitas vezes inocentes na região. É necessário que cada vez mais a Polícia Militar e o Estado se conscientizem da necessidade das câmeras corporais junto aos policiais, para que seja demonstrado, junto à Corregedoria da PM, que os policiais agiram de forma correta nas abordagens, porque as câmeras revelam imagens e som e poderão ser analisadas pela própria corporação a fim de aperfeiçoar a técnica policial empregada, como também pode demonstrar à população a eficiência ou não por parte da Polícia”, argumentou Moura.
Ele lembrou que estamos em tempos de pandemia e não é correto aglomerar, bem como se faz obrigatório o uso da máscara, conforme lei sancionada, algo que não ocorreu na festa mencionada, ocasionando no acionamento da Polícia. Contudo, não justifica os excessos cometidos na dispersão das pessoas.
O pedido para instalação de câmeras acopladas no fardamento policial vem desde o ano passado, medida que está sendo estudada pela Segurança Pública. A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB-AL) também defende a implementação. Em São Paulo, o projeto já está em funcionamento e apresenta bons resultados.