Da Redação
Os moradores da região dos Flexais, no bairro de Bebedouro, cobram da Prefeitura de Maceió o pagamento completo do auxílio chuva que foi acordado com a gestão. O líder comunitário Antônio Domingos dos Santos, diz que a população passa por várias dificuldades, desde o isolamento social, devido a comunidade estar em uma região cercada de bairros desocupados após o afundamento de solo causado pela Braskem, até a promessa de que parte da população do bairro receberia seis parcelas.
“Eles prometeram [a prefeitura] seis parcelas, depois quando recebemos a primeira, começaram a dizer que iriam ser três. Então se prometeram seis, por qual motivo não cumpriram não sei. A maioria aqui só recebeu três parcelas e teve gente que nem sequer recebeu”, disse, revoltado, Domingos.
Edneusa da Silva disse que também recebeu somente três parcelas do auxílio e criticou a atitude do Município. “Quando vieram fazer o cadastro me disseram que seriam seis parcelas, porém, até agora, só pagaram três parcelas. E aí, cadê o restante?”, questionou.
Outra moradora do bairro, Abilene Lourenço, relembrou a situação das cheias que atingiram o bairro, prejudicando os moradores na época. Ela contou que perdeu muitos móveis, e cobrou a promessa feita: ”Se prometeu, por que não cumpriu?”, perguntou.
Vale destacar que o programa de assistência elaborado pela prefeitura surgiu após às fortes chuvas que assolaram a capital alagoana no mês de julho de 2022, com o principal objetivo de ajudar as pessoas que ficaram desabrigadas e desalojadas.
Antônio Domingos, disse se sentir lesado e enganado pela Prefeitura de Maceió.
“Teve gente que só recebeu só duas, e eu fico me perguntando e relembrando o quanto a nossa comunidade é sofrida, tantas pelas cheias das chuvas, como pela questão do afundamento do solo da Braskem, e a prefeitura e o Poder Público fica massacrando a gente. O dinheiro do auxílio é um direito nosso, para comprar algumas coisas que nós perdemos, devido às chuvas, mas fomos enganados. Prometeu e não cumpriu”, lamentou, se referindo ao prefeito JHC (PL).
Antônio disse ainda que fizeram até protesto junto de outros moradores em frente à sede da secretaria de Ação Social. À época, disse ele, os responsáveis se comprometeram mas até agora nada foi feito.
Prejuízos
As fortes chuvas na época ocasionaram diversas perdas aos moradores da região, que tinham esperança por meio do pagamento do auxílio completo, comprar aos poucos, o que perdeu.
”Prometem uma coisa e não cumprem. Sai hoje, sai amanhã, e a gente na esperança, e o tempo vai passando. Eu perdi muita coisa em minha casa, móveis de madeira que estragaram quando deu a cheia. Meu guarda-roupa está sendo sustentado por um tijolo. A situação é essa. Estamos revoltados, e eles não fazem nada. Pelo menos pagarem o que prometeram, mas até agora nada”, disse Ladelson Pinho, que é servente de pedreiro.
Sebastião Magalhães, comerciante da região, conversou com a reportagem e disse que entregou todos os documentos no Centro de Acolhimento e Triagem (CAT) do bairro do Pinheiro – ação solicitada pela Defesa Civil de Maceió, mas acredita que esqueceram dele.
”Não recebi nenhuma parcela, meu comércio, que é o local, onde também moro, foi totalmente afetado, dei todos os meus dados, e só recebi alguns utensílios, como colchão e uma cesta’’, contou.
Cadastramento
”A Defesa Civil convocou todos os moradores do Flexal de baixo para o comparecimento no CAT, para o cadastramento do programa, e até lá, eles informaram que seriam seis parcelas do auxilio”, disse Antônio. A reportagem entrou em contato com a assessoria da Defesa Civil e aguarda o posionamento do órgão.
Em um link sobre o auxílio disponível no site da Prefeitura que você pode clicar acessando aqui, alega que o pagamento total é de apenas R$ 2 mil, o que contradiz os a versão da comunidade da região do Flexal.
“O auxílio-chuva é um benefício destinado às famílias que foram desalojadas ou desabrigadas. O levantamento é feito com base em dados obtidos pela Defesa Civil, que também ficará responsável pela supervisão e fiscalização do programa. O pagamento do auxílio-chuva no valor total de R$ 2 mil a cada família desalojada e desabrigada pelas chuvas, será feito em quatro parcelas de R$ 500,00, nos meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro’’.