Redação*
As organizações de proteção animal, Animal Equality, Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal e Proteção Animal Mundial lançaram, no último dia 30, a campanha “Brasil Sem Gaiolas” que tem como objetivo apoiar o Projeto de Lei 5092/2023, que visa proibir, em âmbito federal, a utilização de gaiolas e sistemas de confinamento extremo de animais criados para a alimentação humana e extração de penas e peles.
O Projeto de Lei tem autoria da deputada federal Professora Luciene Cavalcante (PSOL-SP) e coautoria do deputado federal Felipe Beccari (UNIÃO-SP). O evento da campanha aconteceu na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e teve a participação da ativista Luisa Mell como mestre de cerimônias.
“Não podemos mais aceitar que práticas como o confinamento extremo de animais sejam realizadas em pleno século XXI, quando a Ciência já comprovou que os animais são capazes de sentir emoções, assim como nós seres humanos, e também possuem inteligência”, afirmou a deputada Luciene.
De acordo com a ONG Animal Equality Brasil, quando os animais são mantidos em espaços muito pequenos durante a vida, sua capacidade de movimentação é severamente comprometida. Esse confinamento prolongado tende a torná-los mais propensos a altos níveis de estresse, sofrimento e doenças.
Um estudo do Welfare Footprint Project publicado no livro ‘Quantifying Pain in Laying Hens’, revelou que as galinhas produtoras de ovos enfrentam várias formas de dor física e emocional, independentemente do sistema em que são criadas: tanto em gaiola, quanto em sistemas livre. No entanto, os pesquisadores destacam que a transição das gaiolas para sistemas livres delas resulta em uma redução significativa no tempo e na intensidade da dor vivenciada por cada ave.
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Para a diretora executiva da Animal Equality, Carla Lettieri, a campanha pretende conscientizar a sociedade, “bois, vacas, porcos e galinhas são alguns dos animais mais afetados pelo confinamento extremo, mas existem outras espécies como codornas e coelhos, por exemplo, que também passam suas vidas inteiras confinados em pequenos espaços, onde não conseguem se locomover”, explicou.
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No Brasil, existem 124 milhões de galinhas e cerca de 95% delas estão confinadas em espaços do tamanho de uma folha de caderno. A situação para os porcos é semelhante: as porcas reprodutoras são mantidas em gaiolas durante a gestação e, próximo ao parto, são transferidas para gaiolas de maternidade. Em ambos os casos, sua mobilidade é severamente limitada, restringindo-se a sentar, ficar em pé ou deitar. Essas gaiolas são praticamente do tamanho do corpo do animal e contribuem para o atrito com as barras de ferro, resultando em ferimentos.
O diretor executivo do Fórum, Taylison Santos, considera o lançamento da campanha um marco. “A aprovação desse PL é crucial para garantir que o Brasil elimine práticas que são repudiadas pelos consumidores”, disse.
Para saber mais e assinar a petição acesse: www.brasilsemgaiolas.org
/Assessoria