O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, confirmou que está revendo todas ações arquivadas pelo antecessor, Augusto Aras, e a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, com foco nos supostos crimes cometidos por Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia da Covid-19.
Em entrevista à Miriam Leitão, na GloboNews, o PGR afirmou que há elementos para que se reveja o “que deixou de ser feito” por Aras e Lindôra.
“Nós temos, inclusive, dados da CPI para serem avaliados, decisões do Supremo mandando para a Procuradoria, elementos, achados que foram feitos no Congresso durante esse período. Vamos reanalisar aquilo que for possível realizar ainda em termos de análise e de repercussão jurídica do que foi feito, e do que deixou de ser feito”, afirmou.
Alinhada ao bolsonarismo, Lindôra Araújo foi delegada por Aras para analisar os pedidos de investigação contra Bolsonaro relacionados à inação do governo contra a Covid.
Em 25 de julho passado, às vésperas do início da campanha eleitoral nas ruas, a subprocuradora emitiu parecer dizendo que Bolsonaro não cometeu os crimes de prevaricação, charlatanismo, utilização irregular de verbas públicas, infração de medida sanitária e epidemia (como resultado da atuação do Governo Federal na pandemia), listados no relatório final da CPI da Covid.
Para Lindôra, não houve indícios, informações e outros elementos básicos para que as ações sejam levadas adiante.
Sobre a divulgação do uso da cloroquina, por exemplo, a procuradora afirmou que o mandatário “sinceramente” pensava que o medicamento ajudaria no combate ao vírus, o que descartaria a acusação de charlatanismo em seu parecer.
Em estudo divulgado recentemente pela revista “Biomédicine et Pharmacotherapy”, pesquisadores de Lyon afirmam que o uso do medicamento provocou uma matança em países como França, EUA, Bélgica, Itália, Espanha e Turquia.
/Agências