*Redação
Na noite da última segunda-feira (25), a ex-primeira-dama e presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, recebeu o título de cidadã paulistana no Theatro Municipal, no centro da cidade de São Paulo. Estavam presentes também o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB). O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não compareceu.
Em seu discurso, Michelle criticou o governo Lula (PT) e afirmou que o “Brasil voltará a ser governado por pessoas de bem”. “Eu seguirei trabalhando e cumprindo o meu propósito”, completou.
Apesar do Tribunal de Justiça do estado determinar que o local não poderia ser usado para a cerimônia, os vereadores realizaram o evento. No início, o mestre-de-cerimônias afirmou que “esta sessão está ocorrendo sem desrespeito à ordem judicial”. A ex-primeira-dama foi ovacionada ao entrar.
A proibição do uso do Theatro Municipal foi acolhida pelo desembargador Martin Vargas, da 10ª Câmara de Direito Público do TJ-SP, acatando um recurso com tutela antecipada solicitado pela deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) e pela ativista Amanda Paschoal, que contestaram o uso do espaço público para evento de ordem política.
Segundo a Câmara Municipal, o vereador Rinaldi Digilio (União Brasil), autor da proposta de conceder o título, decidiu pagar do próprio bolso o aluguel do espaço “a fim de evitar qualquer questionamento sobre eventual dano ao erário público”. Ele disse que pediu um empréstimo bancário de R$ 100 mil para o pagamento do local.
“Eu loquei esse lugar, então eu posso falar o que eu quiser. Mesmo com a decisão na Justiça proibindo a cerimônia, impondo multas que podem chegar a R$ 200 mil, eu fiz esse empréstimo, dei meus bens como garantia”, declarou Digilio.
Em discurso antes da esposa, Bolsonaro disse que “passamos por momentos difíceis, e não foram poucos, e continuamos passando”, mas acrescentou que a “família é a base da sociedade”. “Melhor primeira-dama do Brasil, melhor e mais bonita”, ressaltou o ex-presidente.
O projeto para concessão do título à Michelle foi proposto em 2020, ainda durante a gestão Bolsonaro. O texto foi aprovado em novembro de 2023 por 37 votos a favor e 18 contra a homenagem.
/com agências