Redação
A terça-feira, 26/3, foi um dia atípico no município de Tanque D’Arca, no Agreste de Alagoas. Populares marcaram presença na sessão ordinária na Câmara Municipal, que iria votar ou não pela abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o descaso com a água que é fornecida pela Companhia Verde Alagoas.
Segundo os vereadores José Rubem, propositor da CPI, e Cícero Silva, o pior aconteceu: seus sete pares votaram pela não instauração da Comissão para investigar o descaso que vem ocorrendo há muito tempo na cidade, desde quando a Verde Alagoas se tornou responsável pela distribuição da água.
Os parlamentares: Eliane Santos, Silvânia França, Lala Tenório, Maria de Nazaré, Ronilson Santos, Damião Santos e o presidente da Casa, João Vasconcelos, silenciaram diante do clamor popular, que não aguenta mais a utilização da água imprópria para o uso em seus lares. Inclusive, uma análise do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) apontou para a contaminação da água.
A população que cobrou um posicionamento em favor da instauração da CPI saiu frustrada com a posição dos sete vereadores. Uma série de faixas e palavras de protesto foram a tônica do dia no município.
O vereador José Rubem, em tom de desabafo, disse para os presentes e para imprensa local que “já era esperado esse resultado porque todos esses vereadores estão no bolso da prefeitura, tudo tem o rabo preso, não tem nenhum que tenha a personalidade de expressar a sua vontade própria”.
AUTORITARISMO
O vereador João Vasconcelos, que é presidente da Casa, foi um capítulo à parte. Impondo sua posição de presidente, Vasconcelos usou a palavra para cortar inúmeras vezes as falas do vereador José Rubem, além de agir de forma intransigente com seu aliado, da base do prefeito, o vereador Damião Santos.
A condução dos trabalhos na Casa ainda foi marcada por pedidos de ordem aos berros ao dizer que a população, naquele ambiente, não tem voz.
Vários moradores se sentiram constrangidos e ameaçados por uma série de “capangas” dos parlamentares que se fizeram presentes na Câmara.
“Nunca vi isso em Tanque D’Arca. Um clima tenso. Tinha até foragido da polícia dentro da Câmara. Parece uma verdadeira milícia que usa da força para querer se manter no poder. A ditadura acabou faz tempo”, destacou um morador que preferiu resguardar sua identidade, pois tem medo de ser exonerado da prefeitura.
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