Redação
Em mais um capítulo na trágica história do afundamento do solo em Maceió, provocado pela Braskem, o professor aposentado e engenheiro civil, Abel Galdino, afirmou que há fortes indícios que danos estruturais causados no solo podem alcançar a Avenida Fernandes Lima, a principal via de acesso de Maceió.
Após as informações virem à tona em uma reportagem da Folha de Alagoas, na última quarta-feira (12), a advogada Adriana Mangabeira Wanderley questionou a atuação do prefeito JHC diante do atual cenário.
Segundo Adriana, João Henrique Caldas aposta em medidas para desvincular-se de seu pai, João Caldas, acusado de desvio de verbas da saúde e um dos principais alvos da Operação Sanguessuga conduzida pela Polícia Federal em 2006. A advogada reforçou que o prefeito de Maceió deveria ser punido criminalmente por suposto envolvimento no crime da Braskem.
“O prefeito João Henrique Caldas, que usa o codinome de JHC para que a gente não associe ele ao pai, João Caldas, que foi pego na Operação Sanguessuga conduzida pela Polícia Federal supostamente desviando dinheiro da saúde. JHC deveria estar preso por ser cúmplice do maior crime ambiental do mundo “, escreveu.
Segundo as últimas atualizações do caso Braskem, uma Nota Técnica datada de abril de 2022, documento oficial da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) que veio a público recentemente, reforça a preocupação do professor Abel Galindo.
O relatório sugere que a área afetada pode ser maior do que a delimitada oficialmente, incluindo bairros como Flexal de Cima, Flexal de Baixo, Bom Parto e Marquês de Abrantes, que não fazem parte da zona de risco reconhecida.
Nesta terça-feira (11), a Defesa Civil de Maceió informou que não há necessidade de incluir a região da Avenida Fernandes Lima no Mapa de Ações Prioritárias, um documento produzido pelo órgão em conjunto com o Serviço Geológico do Brasil (SGB) que delimita as áreas afetadas pelo afundamento do solo provocado pela mineração de sal-gema.
Segundo a Defesa Civil, a inclusão de novas áreas no Mapa de Linhas de Ações Prioritárias “passa por rigorosos critérios de avaliação”, como a velocidade mínima de movimentação de subsidência acima de 5mm/ano, e essa movimentação deve ser persistente durante o período avaliado.
De acordo com o órgão, o mapa em questão, contém “dados abaixo da movimentação que deve ser considerada, o que pode representar apenas valores dentro do limiar de ruído”.