No Brasil e no mundo, o mercado de suplementos alimentares cresce de forma acelerada — impulsionado por promessas de saúde, estética e longevidade. São vitaminas, minerais, termogênicos, proteínas e compostos naturais que prometem desde mais energia até a prevenção de doenças graves. Mas, afinal, quem realmente precisa suplementar? E quando esse um risco para a saúde?
De acordo com o médico Dr. Djairo Araújo, com atuação nas áreas de Nutrologia e Medicina Esportiva, é fundamental compreender que nem todo suplemento é necessário, e muito menos inofensivo. “A suplementação deve ser personalizada, baseada em avaliação clínica, exames e necessidades reais. Não é porque está na moda que faz bem. E o excesso de nutrientes também pode adoecer”, afirma.
Afinal, quem precisa suplementar?
A maior parte das vitaminas e minerais pode — e deve — ser obtida por meio de uma alimentação variada e equilibrada.
Segundo estudos recentes, adultos saudáveis, sem carências nutricionais, não se beneficiam do uso contínuo de multivitamínicos. A recomendação de suplementos deve ser feita com base em situações específicas, como:
✓ Carências diagnosticadas por exames, como por exemplo deficiência de vitamina D, ferro ou B12);
✓ Dietas muito restritivas, como por exemplo, vegetarianos estritos, pacientes em emagrecimento agressivo);
✓ Condições clínicas específicas, como por exemplo, osteoporose, anemia, doenças intestinais, bariátricos);
✓ Fases de alta demanda, como gestação, lactação, atletas em fase intensa de treinamento;
✓ Envelhecimento e prevenção de sarcopenia.
“O suplemento certo, na dose certa, para a pessoa certa — esse é o princípio que norteia a prescrição. Fora disso, corre-se o risco de não obter nenhum benefício ou até sobrecarregar o organismo”, pontua Djairo.
Quando o uso dos suplementos se torna um risco?
Pesquisas internacionais — como as publicadas pela Johns Hopkins University e pela Harvard School of Public Health — apontam que o uso indiscriminado de suplementos pode não apenas ser inútil, mas prejudicial. Excesso de vitamina A pode gerar toxicidade hepática. Doses elevadas de ferro podem oxidar tecidos. E até o uso abusivo de vitamina C pode causar distúrbios gastrointestinais ou sobrecarga renal.
Além disso, o marketing agressivo contribui para uma ilusão de necessidade. “Muitos pacientes chegam ao consultório tomando 4, 5, até 10 produtos diferentes sem orientação. É como se estivessem tentando consertar o corpo com pílulas, ignorando os pilares reais da saúde: alimentação, sono, atividade física e equilíbrio emocional”, explica o médico.
E os suplementos ‘naturais’? São mais seguros?
Não necessariamente. O termo “natural” muitas vezes mascara compostos altamente concentrados, com efeitos biológicos potentes. Substâncias como cafeína, guaraná, ginseng e ioimbina são comuns em suplementos vendidos como “naturais” e podem causar efeitos adversos sérios, como taquicardia, ansiedade e insônia — especialmente em pessoas com predisposição cardiovascular.
Como fazer o uso correto dos suplementos?
✓ Evite automedicação. Suplementos não são balas inocentes: têm dose, têm efeito, têm risco;
✓ Procure um profissional qualificado. O ideal é ser avaliado por um médico especializado e/ou por um nutricionista. Ambos têm competência para orientar com base em exames e necessidades reais;
✓ Leia os rótulos com atenção. Alguns produtos trazem doses muito acima da recomendação diária;
✓ Cuidado com promessas milagrosas. Não existe suplemento que “cura tudo”, “seca gordura” ou “substitui refeições”.
Por fim, é importante frisar que o consumo de suplementos deve ser racional, embasado e individualizado.
“Suplemento não substitui estilo de vida. Pode ser uma ferramenta útil, sim, mas jamais deve ser o protagonista da sua saúde. Informar-se, cuidar da alimentação e procurar orientação médica é sempre o melhor caminho”, afirma Djairo.
Para mais informações:
Fátima de Paula – Assessora de Comunicação do Dr. Djairo
Araújo
(82) 99672-0313 – fatimacomunique82@gmail.com
/Assessoria