Um julgamento histórico contra a gigante de mídia social Meta terá início nesta segunda-feira (14) nos Estados Unidos. A Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) — que é o órgão de defesa da concorrência e do consumidor dos EUA — alega que a Meta, que já era dona do Facebook, comprou o Instagram em 2012 e o WhatsApp em 2014 para eliminar a concorrência, efetivamente obtendo um monopólio.
A FTC analisou e aprovou essas aquisições quando foram feitas na época, mas se comprometeu a monitorar os resultados posteriormente. Se a comissão vencer o caso, isso poderá forçar o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, a vender o Instagram e o WhatsApp.
A Meta disse anteriormente que tinha certeza de que venceria o caso na Justiça americana. Especialistas disseram à BBC que a Meta deverá argumentar que os usuários do Instagram tiveram uma experiência melhor desde que a plataforma foi adquirida.
Allensworth diz que as próprias palavras de Zuckerberg, incluídas em seus e-mails, podem oferecer as provas mais convincentes contra a Meta no julgamento.
A Meta, por outro lado, provavelmente argumentará que essa intenção manifestada por Zuckerberg não é relevante em um caso antitruste.
Espera-se que Zuckerberg e a ex-diretora de operações da empresa, Sheryl Sandberg, testemunhem no julgamento, que pode durar várias semanas.
As relações entre Zuckerberg e Trump estavam distantes, em parte porque Trump foi banido das plataformas de mídia social da Meta após o tumulto no Capitólio dos EUA em janeiro de 2021.
Desde então, o relacionamento entre ambos melhorou um pouco.
A Meta contribuiu com US$ 1 milhão para o fundo inaugural de Trump e, em janeiro, anunciou que o chefe do Ultimate Fighting Championship Fighter (UFC), Dana White, um aliado próximo de Trump, se juntaria ao seu conselho de diretores.
A empresa também anunciou em janeiro que estava eliminando verificadores de fatos independentes — medida que agradou Trump.
A Meta disse em um comunicado que as evidências no julgamento “mostrarão o que qualquer jovem de 17 anos no mundo sabe: Instagram, Facebook e WhatsApp competem com TikTok, YouTube, X, iMessage e muitos outros de propriedade chinesa”.
/BBC News