O Papa Leão XIV realizou sua primeira coletiva de imprensa na Sala Paulo VI, no Vaticano, durante a manhã desta segunda-feira (12), com jornalistas de todo o mundo. Na ocasião, o pontífice pediu o “fim da guerra de palavras” e dos jornalistas presos ao redor do mundo.
O Santo Padre também apelou aos profissionais da imprensa por uma comunicação “que não busque o consenso a todo custo”, além da paz começar pela ação individual e a importância contida na maneira como as pessoas se comunicam.
“A paz começa em cada um de nós: no modo como olhamos os outros, ouvimos os outros, falamos dos outros. Neste sentido, o modo como comunicamos é de fundamental importância: devemos dizer não à guerra das palavras e das imagens, devemos rejeitar o paradigma da guerra”, disse.
Ainda em referência aos jornalistas, Leão XIV citou o sofrimento daqueles que “relatam a guerra mesmo à custa da própria vida” e pediu pela libertação de cada um dos profissionais.
”A Igreja reconhece nessas testemunhas. Penso naqueles que relatam a guerra mesmo à custa da própria vida, a coragem de quem defende a dignidade, a justiça e o direito dos povos à informação. Porque só os povos informados podem fazer escolhas livres. O sofrimento desses jornalistas presos interpela a consciência das nações e da comunidade internacional, chamando-nos a todos a salvaguardar o bem precioso da liberdade de expressão e de imprensa”, afirmou o papa.
De acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), em 1º de dezembro do ano passado havia quase 550 jornalistas presos mundialmente e outros 55 sequestrados.
Leão XIV ressaltou a importância da comunicação diante da evolução tecnológica, e principalmente diante da inteligência artificial. Para ele, o papel não é somente de transmitir informações, mas também da “criação de uma cultura, de ambientes humanos e digitais que se tornam espaços de diálogo e discussão”.
“Olhando para a evolução tecnológica, essa missão se torna ainda mais necessária. Penso, em particular, na inteligência artificial com seu imenso potencial, que exige, no entanto, responsabilidade e discernimento para orientar os instrumentos para o bem de todos, para que possam produzir benefícios para a humanidade. Essa responsabilidade diz respeito a todos, na proporção da idade e dos papéis sociais”, diz.
O pontífice concluiu o encontro pedindo que os jornalistas escolham de maneira consciente e corajosa “o caminho da comunicação e da paz”, diante de situações de conflito, injustiça e pobreza.
/TV Cultura