O governador Renan Filho exonerou nesta sexta-feira, 23 de dezembro, o Secretário de Estado de Prevenção à Violência, Jardel Aderico. Há muito se fala em reforma do secretariado estadual, contudo, ao que parece, a exoneração se deu não por uma reforma conceitual, mas por divergências entre Jardel e o deputado federal Givaldo Carimbão. É a velha máxima: manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Veja abaixo a carta de despedida de Jardel Aderico:
Ao gestor público cabe oferecer a sua contribuição e buscar novas trincheiras
“O sentimento que me move, nos dias atuais, é de orgulho. Sou muito grato por ter tido a oportunidade de, ao lado do governador Renan Filho, liderar o processo de construção da política de prevenção à violência do estado de Alagoas, somando esforços com as áreas de drogas, criança e adolescente, medidas socioeducativas e prevenção, e acolhimento aos usuários e dependentes de drogas. Uma atitude inovadora e vanguardista, com resultados visíveis que, se levados adiante, com humildade e dedicação, serão duradouros.
Dados apontados por profissionais da imprensa, especialistas e colaboradores da segurança pública, destacam Alagoas, hoje, como um dos mais modernos desenhos de integração de políticas no campo da segurança e da prevenção à violência, com um conjunto de ações modernas e estruturadas, firmando-se como referência para o resto do país.
Assumi a Secretaria de Prevenção à Violência, criada em setembro de 2015, depois de uma reformulação do Governo na estrutura da antiga SEPAZ, visando implementar, no Estado de Alagoas, um modelo que contribuísse para a prevenção através da educação, mobilização e proteção social. Despeço-me da Seprev com a certeza de que vencemos esta importante etapa, e as políticas estão prontas, são maduras e apresentam resultados.
Meu sentimento é de dever cumprido, pois tive ao meu lado uma equipe de homens e mulheres dedicados e competentes, que juntos, oferecemos a Alagoas uma reflexão sobre os rumos das políticas de proteção e cuidado com as pessoas.
Neste momento, ecoa para mim, o tempo todo, a máxima de cuidar dos problemas da sociedade e de garantir que todos tenham uma condição existencial digna. Penso que é preciso provocar e ser agente das transformações, sabendo que o gestor público tem que ser forte, respeitando as expectativas das pessoas, mas que também promova mudanças. E é essa a contribuição que quero oferecer: pensar em novas posturas políticas, que têm sido, hoje, uma fonte de poder pelo poder, não do poder para servir, como deveria ser. Pensar a política como exercício de caridade. Um cenário possível de ser construído. Pois o duro caminho na evolução da gestão pública, em busca de uma maior eficiência e impacto nas ações, sem se descuidar da promoção de direitos, passa pela condução corajosa e inovadora de seus gestores.
Quanto ao futuro, ele é “logo ali”! Pois, com a liberdade de ação, pensamento e atitude, quero me dedicar diuturnamente à atuação social e oferecer ao meu estado o melhor dos meus sonhos e a mais vigorosa e transformadora energia dos meus dias.
Jamais faltarei ao compromisso com o aprimoramento da ação pública, e farei todo o possível para preservar as conquistas, porque o mais valioso patrimônio de um cidadão é a liberdade crítica, honesta e despretensiosa.
A verdade dos fatos, atos e atitudes será sempre aquela que foi construída no passado e continuará sendo, no futuro, por todos e para todos; e não para o benefício ou deleite de pequenos reinados sustentados na arrogância.
Despeço-me, por ora, com total tranquilidade e senso de dever cumprido. Vamos em frente!”
Em seu lugar assumiu Evalda Bitencourt. A cerimônia de posse já aconteceu. Evalda era Superintendente de Políticas sobre Drogas e coordenava a Rede Acolhe.